História do Departamento

Dentro do âmbito do projeto de expansão de vagas nas universidades públicas, a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) criou no ano de 2002 o Departamento de Ciências Exatas e Aplicadas, em parceria com a Prefeitura Municipal de João Monlevade. Esse departamento deu início as suas atividades em setembro de 2002 com a criação do curso de graduação em Engenharia de Produção. Em março de 2005 foi criado o curso de Bacharelado em Sistemas de Informação.

 

Em 14 de dezembro de 2007, o Conselho Universitário aprovou o plano institucional referente à participação da UFOP no Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). O Reuni foi um plano do governo federal que visa criar condições para a ampliação do acesso e permanência no ensino superior, pelo aproveitamento da estrutura física e de recursos existentes das universidades federais. No contexto deste plano institucional, foram propostas a criação de dois novos cursos no campus João Monlevade, que passou a ser reconhecido como unidade acadêmica, atendendo pelo nome de Instituto de Ciências Exatas e Aplicadas (ICEA). No ICEA, o Reuni se concretizou pela criação dos cursos de graduação em Engenharia da Computação e graduação em Engenharia Elétrica, além da ampliação do número de vagas dos cursos existentes que passaram a funcionar no turno diurno e noturno. O Departamento de Computação e Sistemas (DECSI) foi criado em 2013. Ele é constituído pelos cursos de Sistemas de Informação e Engenharia da Computação e conta com 36 professores. 

 

 

João Monlevade – Cidade sede do Departamento

 

O Município de João Monlevade, situado na região do Médio Piracicaba, MG, com cerca de 80.000 habitantes (segundo dados do IBGE de 2015), encontra-se a uma distância rodoviária de cerca de 110km a leste de Belo Horizonte e de 145km a nordeste de Ouro Preto.

 

A história de João Monlevade está diretamente ligada à vida do Geólogo e Engenheiro de Minas francês Jean Antoine Félix Dissandes de Monlevade, que chegou recém-formado ao Brasil em 1817. Em 1825 instala uma fábrica de ferro, uma indústria pioneira que vai definir a futura vocação da região – mineração e siderurgia –, e que se constitui nos anos 1922, por intermédio do grupo siderúrgico Arbed, de Luxemburgo, na Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira, hoje Arcelor Mittal.

 

Além do poder econômico, a empresa tornou-se potência política e social absoluta na região, dominando o panorama siderúrgico brasileiro até a década de 1950, quando são construídas a Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda, em 1941, e as demais siderúrgicas públicas como a Usiminas, Acesita, dentre outras, na década de 1950.

 

Para atração da mão-de-obra foram disponibilizadas a moradia e toda a infraestrutura necessária, de modo a propiciar condições de vida invejáveis aos trabalhadores, como educação, saúde e lazer. A cidade de João Monlevade cresce, assim, ao redor da usina siderúrgica. Em 1964, emancipa-se politicamente do Município de Rio Piracicaba e se torna um palco ativo no desenvolvimento da indústria de transformação brasileira, sendo local de referência para os movimentos operários e sindicais no Estado de Minas Gerais.

 

A posição geográfica do Município é estratégica e privilegiada na rota de desenvolvimento do Estado de Minas Gerais. Pode ser acessado pelas BR 381/262, pela MG 129 e pela estrada de ferro Vitória/Belo Horizonte, e constitui uma porta de entrada para a região altamente industrializada do Vale do Aço, que engloba uma população de cerca de 485.500 habitantes somente em suas maiores cidades como Ipatinga, Timóteo, Coronel Fabriciano e Governador Valadares.

 

O crescimento do Município é propiciado, sobretudo, pelas atividades econômicas de sua principal empresa a Arcelor Mittal), que realiza investimentos significativos na Usina de João Monlevade. Além da Arcelor, existem várias outras empresas do setor mínero-metalúrgico nos municípios vizinhos, com destaque para a Companhia Vale do Rio Doce, Siderúrgica Gerdau, Usiminas e Acesita. Outras atividades de destaque são a indústria de papel e celulose, a cargo da Cenibra, e várias outras empresas de pequeno e médio porte associadas à cadeia produtiva mínero-metalúrgica.

 

A cidade também se destaca pelo expressivo crescimento e diversificação das atividades de comércio e de serviço, sendo um pólo que atrai com sua liderança clientes e consumidores de diversos municípios da região do Vale do Médio Piracicaba, como Rio Piracicaba, São Gonçalo do Rio Abaixo, São Domingos do Prata, Nova Era, Santa Bárbara, Barão de Cocais, Alvinópolis, Bela Vista de Minas e Itabira.

 

João Monlevade é ainda um município privilegiado culturalmente. Desde a época em que a cidade era distrito de Rio Piracicaba, já existiam e persistiam as mais variadas e legítimas manifestações populares e culturais. Com a emancipação político-administrativa, as atividades culturais começaram a fervilhar com o surgimento de bandas de música, corais, grupos teatrais, guarda de marujos e congado, entre outros. Nos dias atuais, a comunidade monlevadense ainda vê preservadas as suas manifestações culturais de aspecto mais popular e folclórico como também a sua produção artística mais refinada, expressando assim a vocação da cidade para o fazer cultural.